INDÚSTRIAS FECHAM PRIMEIRO SEMESTRE COM ESTOQUES ALTOS



Pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Conferência Nacional da Indústria (CNI) apontam que em junho houve uma redução nos estoques excessivos que incomodaram as empresas durante todo o primeiro semestre.  No entanto, estoques altos, ainda é uma preocupação para a indústria. O atual cenário externo contribui para a falta de confiança do empresário e incertezas quanto à demanda futura.


Segundo a FGV, a maior parte dos 14 setores da indústria de transformação terminou junho com estoques ajustados, com exceção de têxteis, celulose e papel e material de transporte-segmento no qual a indústria automobilística tem o maior peso. Com o corte do IPI para os automóveis, os estoques das montadoras caíram de 43 dias de vendas em maio, para 29 dias no mês passado, considerado normal, a informação é da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).  A CNI aponta que os estoques continuaram incomodando em junho. Dos 30 setores da indústria extrativa e de transformação pesquisados, 19 terminaram o mês de junho com mercadorias em excesso.


Prévia da FGV, com dados coletados em 800 empresas apontam que a situação é mais favorável no mês de julho, quando nenhum setor registrou diferencial maior que dez pontos percentuais, entre empresas com estoques excessivos ou insuficientes.  A fatia de empresas que afirmou que os estoques estão ajustados subiu de 84,5% para 91,2%. Segundo avaliação do coordenador da Sondagem Conjuntural da Indústria da FGV, Jorge Braga, baseado na prévia de julho as mercadorias paradas não devem ser um empecilho para a produção industrial, que acumula queda de 3,4% nos primeiros cinco meses do ano. Braga afirma ainda, que o cenário externo e a demanda doméstica não robusta, devem impedir uma recuperação pronunciada do setor industrial este ano, mesmo com o câmbio mais favorável ás exportações.


Pesquisa da FGV indica que o Índice de Situação Atual (ISA), no qual está inserida a demanda interna, recuou de 104,4 para 103,3 pontos dentro do patamar otimista, mas muito próximo da linha neutra de 100 pontos. Sobre o indicador, Jorge Braga salienta que vem perdendo fôlego desde o início de 2011 quando estava em 118,4 pontos.
Para a CNI, 30% dos empresários apontaram a falta de demanda como fator crítico para o escoamento da produção. Erros de previsões de vendas, as dificuldades dos consumidores da Europa, EUA e Argentina são os principais fatores para estoques excessivos, diz Renato da Fonseca, economista-chefe da CNI.


Para Thovan Caetano, economista da LCA consultores, os indicadores apontam que a indústria conseguiu desovar parte dos estoques, no primeiro semestre, destaque para a indústria automobilística, por meio de paradas na produção e desoneração fiscal.  Mesmo assim, o setor acumula queda de 18,1% de janeiro a maio sobre o mesmo período de 2011. Caetano destaca que foi mais expressivo a redução de estoques no setor de bens de consumo, entre duráveis e não duráveis.  Segundo a pesquisa da FGV, em junho esse setor registrou queda no percentual de estoques excessivo e insuficiente de 6,5%, quando no período de janeiro a maio este índice foi de 8,5%, mas muito superior a média mensal de 2,2% registrada dentre 2004 e 2011.


As empresas podem aproveitar a oportunidade para melhorar a precisão na apuração de demanda.  Aperfeiçoar seus métodos de cálculo de previsão de vendas.  Redimensionar seus estoques, visando reduzir e sem perder a eficiência. Apesar dos estoques altos, algumas empresas deixam de atender em até 8% do total de seus pedidos. São números importantes, principalmente quando são adicionados aso custos com estoques excessivos. Pode ser o momento das empresas  aperfeiçoarem os processos de gestão. 

Fonte: www.valor.com.br

Francisco Ramos Lopes

MBA em Logística e Supply Chain e graduação em Gestão de Logística Empresarial. Green Belt lean Six Sigma. Vasta experiência em logística inbound e outbound. Carreira feita em empresas Multinacional e nacional de grande porte nos segmentos produtos de Higiene e limpeza, alimentos e Transportes. ERP Infor e Protheus

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